sexta-feira, 27 de abril de 2012

Glocal


A primeira vez que ouvi esse termo foi há uns dez anos enquanto zapeava na TV a cabo e confesso que não me interessei muito pelo assunto.

Ouvi tantas outras vezes e o termo sempre me fugiu à concentração, passando vez ou outra à memória mais intensa do cérebro, mas não chegando a despertar uma curiosidade ou um desejo maior por um aprofundamento.

Mas hoje, ao ler o jornal pela manhã, me deparei com a manchete: "Glocal, um espetáculo".

No pai-dos-burros modernos, o google, achei a seguinte definição para Glocalização: "um neologismo para  a fusão dos termos globalização e localização. Refere-se à presença da dimensão local na produção de uma cultura global."

Cheguei à seguinte conclusão: tudo hoje é Glocal. Tudo mesmo.

Desde uma plantação de milho no interior de um país asiático, até um blog escrito por um jovem boliviano.

Nosso pensamento é Glocal. 

Hoje não pensamos mais nos afazeres diários, nas tarefas cotidianas da mesma forma como acontecia décadas atrás.

As informações são tantas, e com tanta rapidez, que o simples ato de acordar, desligar o despertador, ligar o rádio, colocar a roupa de trabalho e sair de casa já misturou diversos elementos Glocais.

O dia-a-dia é nosso. É seu. É extremamente pessoal. Não importa pra ninguém se você teve um pesadelo, se acordou com febre, se está se sentindo acima do peso, se está atrasado para o trabalho.

Mas ao mesmo tempo em que sua cabeça está voltada para dentro, você está conectado a todas as influências que chegam do lado externo.

Tecnologias novas, tecnologias novíssimas, e até tecnologias do tempo do vovô e da vovó.

Televisão com notícias de acidente no Japão, rádio com informações da crise na França, facebook com recado do seu amigo que mora no Maranhão, twitter com notícias dos quatro cantos do mundo.

Podemos cada vez mais interagir com as pessoas de qualquer parte do mundo, talvez realizando o "Efeito Borboleta", ou os "6 graus de separação", em apenas um clique.

Você não está sozinho, apesar de cada vez mais se sentir só. Tem alguém por aí te vendo, e ele depende de você.

E nós dependemos hoje em dia muito mais do taxista dirigindo nas ruas de Melbourne, e ele depende de um apresentador de televisão sueco, para alterar o nosso humor e o nosso dia, do que talvez da briga entre os vizinhos do  prédio ao lado.

Geolocalização, Neolocalização, Polilocalização. Os dois últimos, termos que um tal de Marco Bello acabou de inventar.

Ele leu isso no jornal hoje de manhã. Mas caso você, leitor, esteja acompanhando meu blog em qualquer parte do mundo, pode espalhar por aí.


Nenhum comentário:

Twitter Updates

    follow me on Twitter