sexta-feira, 8 de junho de 2012

Dirigente medíocre


Na minha profissão como jornalista esportivo, aprendi que é muito difícil lidar com torcedores de futebol.

Pelo simples motivo que todo brasileiro é torcedor de futebol. Não há generalidade alguma que possa ser associada ao torcedor.

Há os torcedores calmos, há os exaltados, cultos, ignorantes, estudados, iletrados, mais ou menos apaixonados, razoáveis, sem razão, enfim, há de tudo neste balaio.

Então é muito complicado às vezes você falar com tanta gente assim tão diferente.

Não que seja uma especificidade da minha profissão.

Imagino um Presidente da República, em um discurso oficial para toda a Nação, como deve sofrer para ser entendido e compreendido por toda uma população.

Mas, voltando ao futebol, tenho contato diário com dirigentes de clube, e sei o quanto de paciência precisa existir na vida deles para lidar com imprensa e público.

Alguns dirigentes reagem com simpatia, outros com distanciamento, e alguns, poucos, com bom humor.

Mas aí caímos em outro assunto muito difícil de se discutir, e vou resumir aqui: poucos conseguem fazer humor. É algo para profissionais, e para pessoas com habilidade para tal.

Não é o caso do dirigente do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg.

Toda vez que o vice de marketing do Timão quer aparecer um pouco mais, tenta soltar frases de efeito, gracinhas e provocações aos rivais de seu clube.

Deve ter aprendido isso em palestras de economia, talvez. Realmente, alusões a futebol, piadas bem colocadas, ironias devem transformar uma palestra monótona em um sucesso de audiência.

Mas Rosenberg deve ter esquecido que está no mundo do futebol, com todos os poréns que já coloquei aqui neste texto.

Vamos nos ater especificamente à polêmica frase utilizada por Luis Paulo: “O Corinthians é um time medíocre”.

É lógico para qualquer pessoa um pouco mais estudada o que ele quis passar: foi o significado formal da palavra medíocre - no dicionário, mediano, comum, modesto.

O diretor quis dizer que o Corinthians é um time sem estrelas, na média, comum.

Mas Rosenberg quis ser mais realista que o rei. Ninguém se expressa assim no Brasil.

Todos sabem que o significado popular da palavra medíocre é ruim, incompetente, lastimável.

Luis Paulo Rosenberg é um profissional de sucesso, um economista com vasta carreira nas esferas pública e privada.

Tanto em uma quanto em outra, já acertou e já errou.

No governo, não conseguiu prosperar. Como analista de fusão de empresas, foi muito bem. 

No cargo de dirigente esportivo, teve muitos méritos, e muitos escorregões.

Não é melhor, nem pior que outros dirigentes por aí. Mediano, comum.

Nas palavras do próprio, medíocre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Marco, dá uma olhada neste link aqui:http://www.will2s.com/2012/06/em-defesa-ao-rosenberg.html#more

Obrigado pelo seu esforço em mostrar verdades e não baixaria!

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