Tite se despedia da
equipe. O último ato do treinador que fora campeão mundial de 2012
pelo timão foi colocar o chinês Zizao em campo. Nada mais triste.
O ano mal tinha
terminado, mas o presidente Mario Gobbi e os então diretores de
futebol Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves já sabiam o que
estava por vir. Depois de brigas e discussões internas, o mandatário
do clube havia imposto a volta de Mano Menezes ao Corinthians.
Gobbi era diretor de
futebol quando Mano tirou o clube da lama em 2008, sendo campeão da
série B do brasileiro, e depois campeão paulista e da Copa do
Brasil. Saiu ovacionado pela torcida, dando volta olímpica e tudo, a
caminho da seleção brasileira de futebol.
Gobbi tinha este Mano
na cabeça, e não o treinador que falhou no comando da seleção,
falhou no Flamengo e não tinha ganho mais nada depois disso. Acertou
um alto salário, até para padrões corinthianos, e irritou os
diretores, que tempos depois deixaram o cargo.
O recado do presidente
para o novo treinador: renovar. Carta branca para mandar embora,
carta branca para trazer, desde que a custo baixo. A exceção,
Elias. Mario Gobbi até chegou a tirar o peso das costas de Mano
quando pediu paciência ao torcedor, em entrevista no início do ano,
dizendo que os títulos demorariam a aparecer.
Mas o ano acabou, o
mandato do presidente está chegando ao fim, e a renovação
prometida parece que vai ficar pela metade. A paciência do torcedor
é curta ou inexiste, já deveria saber o dirigente.
A chapa da
situação,através do candidato Roberto de Andrade, flerta com três
nomes: Tite, Osvaldo de Oliveira e Abel Braga.
A oposição analisa
duas propostas consideradas inviáveis financeiramente: Luxemburgo e
Marcelo Oliveira.
Vou dar aqui minha
opinião, como alguém que acompanha já há algum tempo o dia a dia
do clube. Apesar da paixão da torcida e até de alguns conselheiros
por Tite, ele nada mais poderia fazer do que já fez. A cobrança
seria enorme para repetir os sucessos do passado, e o elenco já não
é o mesmo.
O Corinthians, pra mim,
precisaria recomeçar de verdade. Mudar a essência. Deixar de ser o
time do Tite, como Mano tentou fazer sem sucesso. Que contrate um
treinador com prazo de três anos, três temporadas, com novo
pensamento, novos desafios, que traga jogadores que tenham vontade de
vestir a camisa, de vencer.
Pois a era de Tite já
passsou. Já está na galeria de troféus do clube. Alguns parecem
não perceber isso.
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